Alfazema
Com a moça da alfazema
Ia para a novena
E para o cinema
Foi meu primeiro perfume
Minha inextricável paixão
Que adentrou minhas entranhas
Olor minha alma
E machucou meu coração
Perfumava minha tatuagem
Era o estribilho dos meus poemas
Este incontrolável amor platônico
Apenas arrefeceu quando conheceu
O telúrico patchuli nas melenas com nódoas
Dos cantos da graúna
Ornada com uma rubra papoula
Em suma
E o hálito de alcaçuz e canela
Dos lábios dela
Outros extratos entraram
Em minha vida
Vindo das peles jardins lavouras
Advindos das vitrines
E janelas
Mas eu já caminhava pelos nenhuns
Caminhos do ocidente
Minha aldeia era apenas uma fotografia
Em preto e branco
Quase sem contornos...
Luiz Alfredo - poeta