Alfazema

Com a moça da alfazema

Ia para a novena

E para o cinema

Foi meu primeiro perfume

Minha inextricável paixão

Que adentrou minhas entranhas

Olor minha alma

E machucou meu coração

Perfumava minha tatuagem

Era o estribilho dos meus poemas

Este incontrolável amor platônico

Apenas arrefeceu quando conheceu

O telúrico patchuli nas melenas com nódoas

Dos cantos da graúna

Ornada com uma rubra papoula

Em suma

E o hálito de alcaçuz e canela

Dos lábios dela

Outros extratos entraram

Em minha vida

Vindo das peles jardins lavouras

Advindos das vitrines

E janelas

Mas eu já caminhava pelos nenhuns

Caminhos do ocidente

Minha aldeia era apenas uma fotografia

Em preto e branco

Quase sem contornos...

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 28/06/2014
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