Perco o fôlego

Perco o fôlego quando a vejo caminhar na rua,
E, contida pelas circunstâncias, somente sorri,
Procurando disfarçar o que sente, dissimulada,
Não se mostrar para todos como a mulher amada,
Que canto em meus versos por todo tempo que vivi,
Que decanto em minhas poesias, ora pudica ora nua.

Perco o fôlego quando nos momentos em que falamos
Ao telefone, ela chora baixinho, divaga e me conta
Do quanto sofreu pelo tempo em que vivemos distantes,
Da felicidade de hoje ser minha amada, minha amante,
Da tristeza de termo-nos encontrado quando não pronta
Para livres nos amarmos o quanto sempre nos amamos.

Perco o fôlego quando miro a beleza de seu corpo de jade,
Quando sinto seu coração bater uníssono ao meu, sôfrego,
No enlevo de nos vestirmos e desvestirmos mutuamente.
A vida não pode ser medida por quantas vezes, simplesmente,
Se respirou, mas pelas tantas vezes em que se perdeu o fôlego,
De tanto rir, de surpresa, de êxtase, de amor, de felicidade!
LHMignone
Enviado por LHMignone em 27/06/2014
Reeditado em 28/10/2016
Código do texto: T4861100
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