SECURA
SECURA
A chuva não cai
As nuvens são sombrias
Não há água nos quintais
Tampouco nas cercanias
O sol e a secura
Há muito dura
Não há água pura
Haverá por acaso cura
Somos gente, somos água
Tingida de vermelho
Quero ver nas águas um espelho
Enfiar a cabeça n'água
D'água por vinho
Do vinho pr'água
Da casa ao ninho
Escasseia a água
Apenas a lágrima não seca
Ao olhar tudo rachado
Castigo a quem peca
E sempre usou o machado