SECURA

SECURA

A chuva não cai

As nuvens são sombrias

Não há água nos quintais

Tampouco nas cercanias

O sol e a secura

Há muito dura

Não há água pura

Haverá por acaso cura

Somos gente, somos água

Tingida de vermelho

Quero ver nas águas um espelho

Enfiar a cabeça n'água

D'água por vinho

Do vinho pr'água

Da casa ao ninho

Escasseia a água

Apenas a lágrima não seca

Ao olhar tudo rachado

Castigo a quem peca

E sempre usou o machado

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/06/2014
Código do texto: T4860402
Classificação de conteúdo: seguro