O TEATRO DE ALLAN POE
Ela ia visitar
Ele de novo
Parou num posto
Em meio ao nada
Que a estrada finda
Por toda volta
Colhida de olhos
No vácuo escuro
Será que agora
Terei coragem
Como tenho
Desde o lugar
De onde venho
poder criado
Pela agonia
tristezas caladas
No tempo
Secreto da incerteza
Burlada pelas
Horas marcadas
Inventando futuro
Agora terei a carona
Da mentira
Que cospe tranquila
Tudo aquilo
Que nem sei
Se vou de certo ouvir
Vidros chorados
De brisa
Vento fascínio
Que indica
Meu quebra-cabeça
Será despedaçado
Olhe aquele
Na porta sentado
Troquei de carro
Mas ele já me viu
Face robusta
Rosto frio
Claro branco
Arrepio
Me encerra
Desligo tudo
A mesma cena
revolta
Se enterra
Ainda há um Vesúvio
Dormindo
Tomo que aparece
De cima
Pássaro negro
Se indo...