Brigando pra se abrigar

Aperto, você se espremendo contra si mesmo

Você se agarrando ao você que quer fugir

E pressionando a si mesmo,

Por achar que o sofrimento é uma espinha

Que se aperta e se estoura, as vezes sangra

Mas desincha, e as vezes fica a cicatriz, outras não

Brigando pra se abrigar, procurando calor em si

Dono da morada de alma gelada, paredes inconsistentes

Pessoas indiferentes, habitando em si, se apertando

Num cubículo de corpo, numa alma quitinete

Numa alma calabouço, vítima e carrasco

Se maltratam e dialogam, ao aperto sem conserto

A alma por alívio implora, um canto belo pra quem chora

Uma tragédia pra todo aquele que sorri sem rédia