NO INFINITIVO

A Esperança sentada na praia olhava

A imensidão do azul do mar

Sentia a brisa em seus cabelos longos

E a fina areia seus pés tocar

Todos os perfumes, tanta angústia...

Enchia sua cabeça tão frio lugar

Mas sua alma estava vazia e chorava

Por não ter com quem aquele momento compartilhar

O Amor sem rumo perdido caminhava

Pela imensidão do deserto a balançar

Sentia o astro vermelho sobre o rosto

E na fina areia seus pés queimar

Em devaneios sua mente se enterrava

Oásis delirava encontrar

Mas continuava forte em sua caminhada

Procurava o caminho de volta ao lar

O Orgulho invejoso e sádico contemplava

De seu trono negro por sobre o vermelho altar

Sentia no peito rancor e ciúmes ao ver

A Esperança em tristeza e o Amor a lutar

E em sua loucura um pensamento lúcido lhe ocorria:

“Para no coração do homem o Orgulho reinar

O Amor em um deserto de solidão deveria morrer

A Esperança em um mar de angústia se afogar”

Daniel Medeiros
Enviado por Daniel Medeiros em 13/05/2007
Código do texto: T485835
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.