NO INFINITIVO
A Esperança sentada na praia olhava
A imensidão do azul do mar
Sentia a brisa em seus cabelos longos
E a fina areia seus pés tocar
Todos os perfumes, tanta angústia...
Enchia sua cabeça tão frio lugar
Mas sua alma estava vazia e chorava
Por não ter com quem aquele momento compartilhar
O Amor sem rumo perdido caminhava
Pela imensidão do deserto a balançar
Sentia o astro vermelho sobre o rosto
E na fina areia seus pés queimar
Em devaneios sua mente se enterrava
Oásis delirava encontrar
Mas continuava forte em sua caminhada
Procurava o caminho de volta ao lar
O Orgulho invejoso e sádico contemplava
De seu trono negro por sobre o vermelho altar
Sentia no peito rancor e ciúmes ao ver
A Esperança em tristeza e o Amor a lutar
E em sua loucura um pensamento lúcido lhe ocorria:
“Para no coração do homem o Orgulho reinar
O Amor em um deserto de solidão deveria morrer
A Esperança em um mar de angústia se afogar”