De um Cálice de Cores Astrais
Enquanto a matilha passa
conversando em línguas estranhas
eu me derreto ao sol
com meu caderno de anotações
e meus olhos secos
se alimentam de cores astrais
enquanto na fresta do mundo
transeuntes caminham solitários
e mesmo que os olhares se cruzam
eu continuo lendo um Baudelaire
em frente a uma tela de Dali
de onde pululam formas decadentes
de animais estuporados de calor
e na próxima visão
eu enxergo um novo som
que Gilmour compôs alucinado
degustando um cálice de estrelas
e alguns tônicos siderais
que eu bebi outrora em um ritual
junto aos índios bruxos de Sonora.