Pedigrees amados
Pedigrees amados.
Na ponta de um cordão,
Um cão.
Uma vistosa coleira...
Um cão, um cãozinho...
Raça pura, pura finura.
Sim! Um cagão!
A defecar, a defecar,
A mijar, a mijar
marcando território transformando em mictório,
postes, árvores, portas, portões...Esses cães!
Sujões!
Na coleira, sem focinheira...
minha filhinha, meu filhinho
quatro patas a balançar o rabinho.
Praças, ruas, calçadas a emporcalhar.
Humanos cães!
A merecer carinhos.
Um cão, um cãozinho...
Sim! Um cagão!
A defecar...
Odores... Que fedor! Um horror!
A passear... Idosos, jovens, homens, mulheres... Bonitões!
A recolher, a acompanhar...
Merdas!
A pegar, no saquinho guardar.
Humanos cães, merecem carinhos.
Tem que ter pedigree, raça.
Cão vira latas... Neles zoonoses!.. Viram sabões!
Gente!
Tantas crianças abandonadas nas praças,
sem onde defecar,
sem ninguém a chamar-lhes de filhinho, sem carinho...
Coitadinhos!
Humanos sem pedigree...
BNandú 19/jun/2014