A soma inexata
Outra vez a voz me chama
e na redoma permaneço
novamente tudo à minha volta,
se agiganta como vinha no começo.
Pergunto ao meu desespero
o que fiz de tão amargo,
mas a resposta inconsciente
é a permanência da renúncia.
E assim vou somando o inexato,
que do abstrato, não quero abrir mão,
carregando uma teoria tão soberba,
com a inexistência, vindo em contramão.
Meu desejo é ampliar os horizontes,
mas a letargia quer dominar-me,
estragando os adereços da coreografia,
e atônito continuo tão recluso como antes.