A soma inexata

Outra vez a voz me chama

e na redoma permaneço

novamente tudo à minha volta,

se agiganta como vinha no começo.

Pergunto ao meu desespero

o que fiz de tão amargo,

mas a resposta inconsciente

é a permanência da renúncia.

E assim vou somando o inexato,

que do abstrato, não quero abrir mão,

carregando uma teoria tão soberba,

com a inexistência, vindo em contramão.

Meu desejo é ampliar os horizontes,

mas a letargia quer dominar-me,

estragando os adereços da coreografia,

e atônito continuo tão recluso como antes.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 25/06/2014
Reeditado em 24/06/2015
Código do texto: T4857857
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.