Da Maquiagem

Você deu, como sempre, o primeiro passo

por saber que, novamente, eu não daria

mesmo sentindo a alma, assim, tão fria...

mesmo precisando tanto do seu abraço.

Enquanto essa tristeza, em mim, sorria

como sorri, por profissão, a do palhaço

eu pintava meu riso com tinta de aço

pra suportar o peso da não-alegria.

E, agora, cansado de ser um Picasso

(um exausto mestre da própria fantasia)

lavo o rosto pintado, na sua pia

e enxugo, no seu colo, o meu cansaço

para adormecer, o triste, no seu braço...

no seu ombro, acordar o contente dia.

14-06-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 25/06/2014
Reeditado em 11/12/2015
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