DESNUDA VISCERAL

Dizia o mestre

que via

pela estrada

que se ia

todos moribundos

de vontade

aquele lá sorria

tinha adereços

de príncipe

fazia das voltas

a todos um convite

ante o que adormece

parece

e apenas existe

anda hoje

num sossêgo

triste

amontoando

pedaços

que não monta

nada mais

agradável

o que era afável

feito flor

nascida

da semente

plantada

p’ra ser a mais linda

ficou morta envelhecida

sozinha

vitrais de outrora

moldura fugaz

que aquece um ponto

era final e pronto

mas tudo volta

num conto

das sobressaídas

que ficaram

perdidas

sobre seus passos

transforma o escasso

morre numa ilha!