RECUERDOS

Havia suspirado longamente

enquanto o sol reinventava o azul

deixando o horizonte meio rosa, meio estranho,

e todos eram coesamente alheios ao abandono.

Uma pedra na garganta deixada pelo que já foi,

algumas vezes encrustada na pele como cheiro

outras vezes um pedaço de metal esculpido

identificando a procedência do que foi visto.

O tempo flui através do concreto,

remodelando as retas de todos esses prédios.

E ele havia suspirando longamente

porque onde quer que haja portas

ou lembranças gastas e em pedaços,

haverá um lampejo do inacabado

e uma pequena esperança medrosa

de ver o que fica quando chegar do outro lado.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 24/06/2014
Código do texto: T4857418
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