RECUERDOS
Havia suspirado longamente
enquanto o sol reinventava o azul
deixando o horizonte meio rosa, meio estranho,
e todos eram coesamente alheios ao abandono.
Uma pedra na garganta deixada pelo que já foi,
algumas vezes encrustada na pele como cheiro
outras vezes um pedaço de metal esculpido
identificando a procedência do que foi visto.
O tempo flui através do concreto,
remodelando as retas de todos esses prédios.
E ele havia suspirando longamente
porque onde quer que haja portas
ou lembranças gastas e em pedaços,
haverá um lampejo do inacabado
e uma pequena esperança medrosa
de ver o que fica quando chegar do outro lado.