Adultério

Não há palavras, ou gestos inéditos

Apenas sentimentos que se destacam

Perante Deus ou o Diabo

Me viro do avesso, eu te amarro

Um sentimento cálido, profano

Debaixo do mesmo céu que assistiu

O soldado matar e morrer por nada

Vejo de óculos a cruz que carregamos

E o fardo em nossos ombros

De termos que amar tanto

E termos que nos esconder feito ratos

Por sermos, o pecado mundano

De se dividir entre a razão e a emoção

Entre a traição a nós mesmos

E a quem um dia nós amamos

As lágrimas darão ao medo coragem

Mas andaremos de cabeça erguida

Por trairmos a cama feita debaixo de um teto

Pra nos deitarmos na rede debaixo da chuva

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 23/06/2014
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