Açoitada


Este turbilhão de lembranças que me invade e me açoita impiedoso,
Ao refletir sobre tanta inquietação, nesta mágoa que me invade,
Sobre todos os momentos, instantes em que te senti e vivi amante,
Sem encontrar em mim tristezas, somente momentos de encanto.
Revivo, neste sublime enlevo em que me lembro de nosso recanto,
De cada carinho, afagos que nos repletaram bem mais que antes,
E sem me deixar levar por este imenso anseio, por esta ansiedade,
Recolho-me a meu canto, lembrando de ti, sempre comigo zeloso.

E após, no que vejo, é impossível não sofrer com tamanha ansiedade,
Que ao te impetrar viver, me aprofunda na dor e me leva ao pranto,
Sôfrega, vivo profunda oscilação emocional e instabilidade permanente,
Por este amor inabalável que perpassou toda uma vida, irremediável.
A consciência da falta que me faz sobreviver sem te amar inefável,
Tira-me o equilíbrio, a serenidade, a paz que encontrei em tua mente,
E se para que te redimas é preciso retornar às brumas de teu canto,
Recolho-me a meus sonhos, e tu a teu claustro, em busca da serenidade.

Retorna a teu mundo e conclua teu percurso resignado, sem queixume,
Procurarei concluir este vôo que alcei há décadas em busca de felicidade.
Por certo, na trajetória da vida ser feliz no amor não é, como se presume,
ter-te a meu lado, mas ver-te feliz e distante, a desfrutar de tua liberdade.
LHMignone e Vana Barsan
Enviado por LHMignone em 23/06/2014
Reeditado em 30/10/2016
Código do texto: T4855656
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