O Desconhecido
Não conheço-te! Não ainda!
Recordo-me das tuas palavras.
Tudo o que eu observei
foram as frases tecladas.
Sim! Eu estava solitária,
mas, não era por ti.
Porém, contigo falei.
Por que? Não sei explicar.
O desejo me dominou
e indecisa, não soube:
se desistir, ou continuar.
E para onde eu partiria?
Aonde eu chegaria sem ti?
A minha necessidade
era possuí-lo.
Agora não sei com quem
posso falar ou ligar.
Você se foi.
De tal palavra sou diletante.
Talvez nem digno seja,
deste amor.
O espelho hoje me contou:
“Foste repugnada, por alguém
que não é nada alem de ti.
Mas, por ti foi aplaudido
e inutilmente amado.
Por teus impulsos,
quebrantado.
Por que? Lembra-te da dor?
Se nítida, conta as batidas.
do desabrochar da flor.
Se as lágrimas derramadas
por quem partiu, formam-se
Mares e Rios. Tornando-o,
cada vez mais amado.”
E o espelho alertou-me:
“Amaste sim! Tão somente.
As palavras. Simplesmente
as palavras.
Humildemente tornaste,
uma orgulhosa sibila
de um titã da courela.
Enquanto seus olhos
plangentes, velam.
No grotão passaste, talvez,
Á tornar-te deusa de um
dom autorizado.
No turíbulo exala
uma saudade infinda.
Presente do passado.”
Perdoe-me espelho!
Eis me serena agora.
Mesmo amordaçada
por um estranho.
Que mal chegou,
Já foi embora.
Quem será este estranho,
que tão somente perdido,
pousou em minha tela.
Uma lenda? Um sonho?
Ou um Querubim
a minha espera.
.
Branca Tirollo