ESTRADA
Estou girando a manivela
Fazendo girar a roda
E quem sabe, colocando em movimento
Aquilo que há muito estacionou em algum lugar
Mas falta combustível para o motor
Faço forças e nada extraio
Pois há muito esgotou o rio que me alimenta
Ainda não desisti de reinventar a roda
Por ora parei para descanso
Para sonhar de novo com riso
Achar a margem e a velha ribeira
Para lavar a alma, ainda que esteja frio
E carregar com flores a velha algibeira
É possível seguir os rastros na margem deixados
Por aqueles que na frente se foram
Mas fica a desconfiança sobre os ossos que ficaram
Mesmo assim, é melhor prosseguir
Depressa caminhar, sem pausas para respirar
Talvez eu vença a estrada
Ou, quem sabe, me vença a estrada