ESTRADA

Estou girando a manivela

Fazendo girar a roda

E quem sabe, colocando em movimento

Aquilo que há muito estacionou em algum lugar

Mas falta combustível para o motor

Faço forças e nada extraio

Pois há muito esgotou o rio que me alimenta

Ainda não desisti de reinventar a roda

Por ora parei para descanso

Para sonhar de novo com riso

Achar a margem e a velha ribeira

Para lavar a alma, ainda que esteja frio

E carregar com flores a velha algibeira

É possível seguir os rastros na margem deixados

Por aqueles que na frente se foram

Mas fica a desconfiança sobre os ossos que ficaram

Mesmo assim, é melhor prosseguir

Depressa caminhar, sem pausas para respirar

Talvez eu vença a estrada

Ou, quem sabe, me vença a estrada

Deborah Mahara
Enviado por Deborah Mahara em 23/06/2014
Código do texto: T4855145
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.