ONDE O TEMPO ADOECE

Há nuvens demais

No céu posso

Antever

Que terei

A amargura

Dos fiéis

Em perder

A sombra calmante

Sobre um sol

Escaldante

De luzes

Onde o que é

Cego

Pode até mesmo ver

O sentido

Não zomba

Do ferido

Que depois

Das longas fugas

Retorna ainda

Mais ferido

Vivendo as cicatrizes

Queria nunca ter

Quando a manhã

Abrir de novo

Seu perfume

De vingança

Sobre esta herança

Caminhante

Que nunca se vai

Debruçar

No cansaço sufocado

Não resistir

Ao abraço

Que a vida

Torna

Sem querer

O passado atrás.