ENQUANTOS DA VIDA

Enquanto... à segunda-feira,

és da preguiça, uma herdeira;

enquanto..., nos outros dias,

tu tens muitas arrelias

ou mesmo um fim de semana

com muita coisa sacana...

Enquanto... tu te revoltas

por males viajando à solta;

enquanto..., no teu ofício,

trabalho já virou vício,

porque a família que tens

são os teus mais puros bens?

Enquanto... buscas, em vão,

um amor, uma paixão;

Enquanto..., do que semeias,

colhes menos do que anseias...,

outros há esperando a morte.

Isso sim, é que é “má sorte”!

Enquanto uns, desgastando

o que ainda vai sobrando,

dum corpo já quase ausente

deste mundo, deprimente...,

outros há que se lamentam,

de males que os atormentam.

E enquanto... o corpo gastam

e sua alma desgastam...

Outros há, dariam tudo

pelo passado, contudo,

estão velhos e a enfrentar

o que lhes resta: esperar!

És habitante com prazo.

Não deixes que aquele atrazo

que tu sentes, no que esperas,

te desespere deveras.

Aceita o que tens, sabendo

que, mal ou bem, estás vivendo!

2014-06-22

Maria Letra
Enviado por Maria Letra em 22/06/2014
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