PENA DE POETA
Prefiro escrever para não me sentir solitário.
A caneta é uma pena, obediente vassalo.
Escrevo para não me sentir só
Pensando que no peito há dó,
Dó sem estima que se espalha em pó.
Escrevo paisagens e tempo ruídos,
Súplicas e condenações de um amor proibido;
Detalho profundamente meu âmago
Da indiferença diante meus planos
Dos compassados versos que agora declamo
Meus dedos cerebrais espalham memórias
De tempos perdidos já em poucas horas,
Se choro o conflito da dor das feridas,
É a prima da escrita composta da vida,
Resultante das marcas, assim divididas
Componho metáforas, desaforos, paixões
Que se confundem entre estrelas, raios, trovões;
Amiúdes detalhados, conforme desejo,
Rimam sonoramente sobre o espaço que vejo,
E se a inspiração me falta?
Não me contento, pelejo.