Idiossincrasia temporal

Queria tanto que este tempo que esvai tão lento,
Como se contido por mãos invisíveis, ora voasse,
E de uma vez por todas para o futuro nos levasse,
Tempo em que poderíamos atender nosso intento.

E seríamos livres destes grilhões que ora nos tolhem
De nos amarmos, sermos inteiramente o que somos,
Amantes apaixonados, loucos, inveterados que fomos,
Vivendo nossas próprias vidas, não a que nos escolhem.

Incontidos em nossos desvarios, em nossos arroubos,
Seríamos livres em nosso amor, em nossos carinhos,
Trilhando felizes por nossos próprios descaminhos,
Fazendo amor a cada instante, na fidelidade de lobos.

E veríamos nosso próprio futuro como uma realidade,
Não como uma quimera, como sonho então distante,
Tomando-te nos braços com o enlevo de ora amantes,
E cobrindo-te, afinal, em nossa alcateia de felicidade.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 20/06/2014
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