Reticências

Todos os sonhos hão de ser permitidos,

se combalidos ou pungentes de desejos,

todos os segredos hão de ser revelados,

e que não sejam alterados pela necessidade.

Até que haja novas jurisprudências,

as reticências estarão em pauta,

e sob a incauta demora da justiça,

a pasmaceira também será julgada.

Porque na improbidade não há recato,

o artefato porém existe para a soberba,

ignóbil se faz toda a falta de decoro,

e nossa paciência não combina com metáforas.

Andamos no limite do desgaste e dos ardis,

impregnados de desculpas e suposições,

e sem saber em quem podemos acreditar,

somos despojados das crendices das razões.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 20/06/2014
Reeditado em 24/06/2015
Código do texto: T4852404
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