Lembranças
Sentada,
olho
através da vidraça.
Lá fora
a chuva cai,
pingos misturam-se às lágrimas
teimosas rolam pela face
descorada.
Lembranças voltam.
Com elas a mágoa,
a dor da ferida aberta.
Como dói lembrar,
reviver o passaso.
A penumbra rodeia,
a tristeza apossa-se do ser.
Quero arrancá-la,
curar feridas.
Não consigo,
Não posso.
Procuro a cura
ou a loucura?
Desejo o esquecimento
e o vazio,
Para preencher
Com nova vida.