Ser sem nascer...
Nada é corriqueiro,
Tudo é mágico, tudo é graça, tudo é milagre!...
Um som de peças de ouro caindo no chão
Um choro de menino novo ainda pagão
Uma sonata que Shubert esqueceu de anotar
O sol nascendo no mar
Um sonho de princesa adormecida
Uma vida de passarinho que acaba de nascer
Um casal de coelhos fugindo do abrigo...
De repente, o som do chocalho do cascavel
Auschwitz – Fuzilamento de inocentes!...
Mais que um acidente,
Um holocausto na história da humanidade...
Fosse eu polícia do mundo,
Não deixaria haver guerra!
Sou fácil de gostar
Difícil de desgostar!
Amanhã, Kai vai embora...
Kai Rabald, de Weimar, meu filho alemão,
Em virtude de intercâmbio
Em favor de meu filho.
Sua Língua é muito difícil, Kai!
Mas como você é fácil,
Fácil de ser amado!...
Virei sua mãe brasileira!
Pelejo pra cultivar poejo.
O meu, o coelho do Leo comeu
E nunca mais nasceu!
O coelho comeu até a raiz!
Mandatários mandam mesmo!
Sou mais de obedecer do que de mandar.
Se me dizem para apagar a luz,
Mesmo estando escrevendo, eu apago.
Mas não páro de escrever!...
Ainda que não sejam freqüentes,
Curto as viagens que faço.
Isto aumenta sua validade!...
Sou uma mulher de várias idades.
Sou uma variedade de liberdades
Ou uma liberdade de variedades...
Invento ser sem nascer.
Devo dar a César o que é de César.
E, desta vez, César é o Fisco
Que me confisca até os ciscos que consegui ciscar...
Francisco e Clara não deviam a César,
Pagaram direto a Deus
Ou receberam d´Ele a restituição pelas boas obras...