Décimo Sétimo

Das maldições que me afetam

Dos fantasmas que me cercam

Quero, hoje,

Esquecer todos.

Quero ressuscitar

As dezessete primaveras

Todas elas

Novamente admirar.

Quero correr pelos campos que corri

Pelas ruas em que vivi

E mesmo em tempos cinza,

Admirar o dia.

As dezessete lembranças

Não haverão de me tocar.

Repreendo as más heranças

Que todos os dias me atormentam

E hão de atormentar.

As dezessete dores

E as dezessete cores

Que pintam o pôr do sol

Não vão me machucar.

Não hoje.