?

Não furte os olhos gélidos

E as gotas sólidas que desfolham no chão.

Não requeira a minha capacidade de sofrer.

Deixe-me a sós com a solidão.

Sinto-me pertencida a sua escuridão.

Tiro a roupa e recosto-me sobre seus braços frios

Até pegar no sono e possa sentir-me enigmática .

Ando pé ante pé num varal estendido na minha janela.

Embaixo há um abismo que chama o meu nome.

A linha de chegada também traz um verso maldito

Mas ainda assim prefiro a poesia ao vazio .

Só peço que me deixe sofrer poeticamente em paz.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 20/06/2014
Reeditado em 04/07/2014
Código do texto: T4851466
Classificação de conteúdo: seguro