DECISÃO
Decidi como quero morrer
Sim, diferentemente da maioria, não tenho medo do fim
Apenas tenho medo de sobreviver ao invés de viver,
Assim como tem sido meus longos anos de vida
Morrer, para mim, é um mundo feito em mel
Liberdade. Enfim, freedom!
Disseram por aí e eu li ali
Que todos tem direito a vida, disse a Constituição
Penso: que tipo de vida?
Ora, há que se ter qualidade no viver
Não, não confundas com eterna felicidade
Ninguém jamais será assim.
Para viver é preciso algo além que nos motive a continuar respirando
Respirando este ar impuro, contaminando
Andando e esbarrando, convivendo com quem não queremos
Tem que haver algo além de simplesmente cumprir as necessidades do corpo
Algo mais. Hei, eis que li que temos direito a dignidade humana
E dizem que esta abrange o morrer.
É como gotas de chocolate e menta
Logo abracei a dignidade.
Haverão aqueles que me chamarão de egoísta
Oh como folgo com estes hipócritas!
São estes os mesmos covardes agarrados a uma existência medíocre?
Vivendo de aparências, caminhando por caminhar e morrendo de medo da minha amiga.
Loucos!
Ah, meus caros. Há muito deixei as opiniões
Ah pouco escrevi um codicilo e deixei pronto as diretivas
Pois quero mais que levantar, trabalhar e tornar a deitar
E quando não há mais sonhos, é hora de ultrapassar a linha
E cá estou eu, há um passo de ultrapassar a margem
E olhando para trás, vejo uma certa satisfação
Como balas de caramelo que não compro há muito tempo
Mas como sou exigente, só não quero dor
Minha existência doeu o suficiente
Mas se acaso houver, que seja!
Será a ultima pontada.