DECISÃO

Decidi como quero morrer

Sim, diferentemente da maioria, não tenho medo do fim

Apenas tenho medo de sobreviver ao invés de viver,

Assim como tem sido meus longos anos de vida

Morrer, para mim, é um mundo feito em mel

Liberdade. Enfim, freedom!

Disseram por aí e eu li ali

Que todos tem direito a vida, disse a Constituição

Penso: que tipo de vida?

Ora, há que se ter qualidade no viver

Não, não confundas com eterna felicidade

Ninguém jamais será assim.

Para viver é preciso algo além que nos motive a continuar respirando

Respirando este ar impuro, contaminando

Andando e esbarrando, convivendo com quem não queremos

Tem que haver algo além de simplesmente cumprir as necessidades do corpo

Algo mais. Hei, eis que li que temos direito a dignidade humana

E dizem que esta abrange o morrer.

É como gotas de chocolate e menta

Logo abracei a dignidade.

Haverão aqueles que me chamarão de egoísta

Oh como folgo com estes hipócritas!

São estes os mesmos covardes agarrados a uma existência medíocre?

Vivendo de aparências, caminhando por caminhar e morrendo de medo da minha amiga.

Loucos!

Ah, meus caros. Há muito deixei as opiniões

Ah pouco escrevi um codicilo e deixei pronto as diretivas

Pois quero mais que levantar, trabalhar e tornar a deitar

E quando não há mais sonhos, é hora de ultrapassar a linha

E cá estou eu, há um passo de ultrapassar a margem

E olhando para trás, vejo uma certa satisfação

Como balas de caramelo que não compro há muito tempo

Mas como sou exigente, só não quero dor

Minha existência doeu o suficiente

Mas se acaso houver, que seja!

Será a ultima pontada.

Deborah Mahara
Enviado por Deborah Mahara em 19/06/2014
Código do texto: T4851157
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