Obstinação
Anoiteço entre o sereno
para madrugar a razão,
alvoreço nas entrelinhas,
para amanhecer coração.
Sigo assim em desalinho
consumando o já descrito,
que poetar em desencanto
é desdizer o que foi dito.
Vou do cais ao caos do espanto,
nesse porto de longa espera,
mas, a canção ainda me lembra
o florar da primavera.
Sou da teima a insistência infinda,
mas não recluso, sei que persistirei ainda.