Inspiração finda
Foi-se a inspiração, findou o fascínio que nos movia,
Triste, até mesmo o imenso enlevo foi-se embora,
Nada restou a lembrar os tempos ufanos de outrora,
Em que, profanos, eras a vã musa de minha poesia.
Cantei-te inebriado em versos, sonetos e elegias,
Conduzi-te ao imo de meu universo, mãos dadas,
Protegi-te, zeloso, ao te ver na vida desamparada,
Mostrei-me certeza às dúvidas quando sucumbias.
Fiz de cada detalhe de teu corpo meu templo,
Lábios, mãos, pés, seios, ventre tornados oração,
Até mesmo a Deus, a cada momento, peço perdão,
Por tanto ter-te amado, enquanto te contemplo.
Se hoje partes, conduzida por teu constante dilema,
Abdicando deste imenso amor com que te brindei,
Em tua solidão verás que deste imenso amor que te dei,
Feneceu o poeta, o sonho, sobreviverá somente o poema.
Foi-se a inspiração, findou o fascínio que nos movia,
Triste, até mesmo o imenso enlevo foi-se embora,
Nada restou a lembrar os tempos ufanos de outrora,
Em que, profanos, eras a vã musa de minha poesia.
Cantei-te inebriado em versos, sonetos e elegias,
Conduzi-te ao imo de meu universo, mãos dadas,
Protegi-te, zeloso, ao te ver na vida desamparada,
Mostrei-me certeza às dúvidas quando sucumbias.
Fiz de cada detalhe de teu corpo meu templo,
Lábios, mãos, pés, seios, ventre tornados oração,
Até mesmo a Deus, a cada momento, peço perdão,
Por tanto ter-te amado, enquanto te contemplo.
Se hoje partes, conduzida por teu constante dilema,
Abdicando deste imenso amor com que te brindei,
Em tua solidão verás que deste imenso amor que te dei,
Feneceu o poeta, o sonho, sobreviverá somente o poema.