Inexistente

Abrir um buraco e sumir

Simplesmente desaparecer,

Esquecer de que já estive aqui

Que passei por onde passei

Que passei o que passei

Que passei a desistir de existir

Arrastando a própria alma

Pelos bares, lares e cantos

Dialogando com demônios e santos

Dou risada das desgraças que me contam

E choro quando não sei o que falar

Grito alto quando preciso me calar

Esse desespero é o enredo

Da coragem e do medo

Em ações que não se entendem

Mas se encaixam e se surpreendem

O que fazer quando os dias de sol,

Passam a ser os mais tristonhos?

Dizem que só é preciso enterrar os sonhos

A sete palmos da consciência

E nesse caso, palmas pra existência

Que tortura até mesmo ao acariciar...