PORRE
Hoje vou tomar um porre...
Poesia não me socorre...
E a noite caiu, chinfrim...
Você tão longe eu assim,
sem corpo para um abraço...
Muito espaço em minha cama...
Muito tempo para nada...
Muita vida desregrada...
Muito a sobrar, tão inútil...
Bebo essa cerveja preta...
Cismo que sou borboleta,
rodopio sem pensar...
Morro a mirar as estrelas...
Durmo o sono salutar...
Esqueço a minha tormenta...
Depois, nem quero saber...
Só queria amortecer,
meu desejo suicida...