PORRE

Hoje vou tomar um porre...

Poesia não me socorre...

E a noite caiu, chinfrim...

Você tão longe eu assim,

sem corpo para um abraço...

Muito espaço em minha cama...

Muito tempo para nada...

Muita vida desregrada...

Muito a sobrar, tão inútil...

Bebo essa cerveja preta...

Cismo que sou borboleta,

rodopio sem pensar...

Morro a mirar as estrelas...

Durmo o sono salutar...

Esqueço a minha tormenta...

Depois, nem quero saber...

Só queria amortecer,

meu desejo suicida...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 17/06/2014
Reeditado em 18/06/2014
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