UMA FICÇÃO NA MINHA VIDA.

UMA FICÇÃO NA MINHA VIDA.

O amor começa a entrar na avenida,

Vem na noite entrar em minha vida.

São gêmeas siamesas loucas doentes

Que para o mundo são só parentes.

Liberta-me da Bastilha tão escura,

Que é solidão realidade mais que dura.

Eu me visto de preto para o fim do luto,

Agora o carinho suave é mais bruto.

Vejo que a ficção do amor é possível,

Que a felicidade agora é algo plausível.

O Destino torto se afastou do tablado,

E a Dama de Negro não tem me apoiado.

Quero apenas tentar de novo a felicidade,

Com alguém que tenha um pouco de idade.

Por isso escrevo rima a verdade da beleza

Pois ela não vira com nenhuma dureza...

Mas...

O raio caiu das mãos de Odim

Ou seria mandado por Iansã,

Ou ainda na voz de Tupã?

Perco o rebolado na ponta da corda,

Sinto-me um enforcado,

Tenho dois destinos apenas

Para lá e para cá,

Num maldito balançar da verdade.

Como água a afogar um naufrago,

Como o acordar do suicida fracassado.

O que escolher?

Se um luta para aumentar

E o outro luta para destruir...

O amor tem opções tão erradas.

Na lágrima na avenida tudo embaça,

Escuto “saúde”, brindado na encruza,

Destino Torto e Dama de Negro brindam,

Festejam mais uma peça em minha vida.

Queria ter o dom de voar,

Ser Ícaro e rumar até o sol,

Apenas me queimar.

Virar fagulha.

Aumentar a luz do sol...

André Zanarella 14-06-2014

(obrigado pela verdade)

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 17/06/2014
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