ÁGUA

Passo pela vida as vezes com pressa

As vezes tão lenta, quase dispersa.

Mas há momentos que vou com tudo e me desfaço em miúdos

Corro ligeira, muito faceira, as vezes treteira

Ora menina, sou uma concha ao mar

Ao sabor das ondas, a espera de um breve aportar

Só não me assento por muito tempo

Careço de sonhos, alento e o desespero que sinto no vento

Ora eu subo, ao sabor da lua eu fluo

Mas há algum tempo que desço ao raiar do dia

E embora o sol me beije com paixão, estou fria

Quase gélida!

Quebro-me em ondas e não me quebro

Pergunto-me, será se sei se meu caminho é doce ou sal?

Ou sê-lo-ia os dois?

Salobra será então!

Não me importo, já estou a andar para além do moinho

Desço o morro com desespero e arrebento o que vejo

Só continua inteira, pois não entendestes o que sou

Sou água, as vezes turva, outras bem clara

Que seja!

Sou água, é o que importa.

Deborah Mahara
Enviado por Deborah Mahara em 17/06/2014
Código do texto: T4847728
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