Eu, Tuaregue
Eu,Tuaregue... Deserto, uma túnica, tempestade de poeiras...
Eu, Tuaregue, observando tudo e em tudo enxergo beleza...
Eu, Tuaregue, montado em meu animal, correndo ao entardecer...
Tudo é terra, tudo é vento, tudo é sol, todo é quente, tudo é magnifico...
Eu, Tuaregue, para que cidades? Carros e buzinas? Se no deserto posso mirar-me a mim mesmo...
Se no sol posso apreciar-me por outro ângulo?
Para quê comidas rápidas, roupas caras se aqui tenho o que posso ter?
Eu, Tuaregue, canto minhas canções, danço meus ritmos, declaro meus amores, expurgo minhas dores...
Eu, Tuaregue, protejo-me das areias perigosas de lembranças mortais, uso meus trajes, coloco meu pano de cabeça...
Procuro manifestar minha vida, minha alma, meus costumes minha língua...
Eu, Tuaregue, hábil contador de histórias, depositário de uma oralidade que nunca morrerá. Eu, Tuaregue...