TALVEZ
(Sócrates Di Lima)
Talvez...
Distante,
Nem te lembras mais de mim,
Nem te lembras mais da minha face,
Do meu olhar pedinte,
Do meu sorriso largo.
Talvez nem te lembre das minhas lágrimas,
Dos meus rompantes.
Da minha felicidade.
Talvez...
Nos lugares por onde ande,
Com outras pessoas,
Esteja mais feliz.
Talvez...
Nem te lembras das pequeninas coisas,
Que para mim eram tão importantes,
Tão significativas,
Tão ternas....
Mas, que para ti,
Foram como folhas aos ventos,
Postas nos "monturos", *
Onde o tempo
E a natureza consumiram...
Talvez...
Nem mais te lembras,
Das manhãs de amor,
Das tardes de saudades,
Das noite de alegria,
Enfim, dos dias de sonhos.
Talvez....
Como tudo que o destino traz,
O mesmo destino leva,
Deixa em nós saudades vivas,
E leva sonhos e esperanças,
Que se perdem no caminho...
Talvez....
Tu, ainda, te lembras de alguma coisa,
E se nada de mim existe em ti,
Tudo de ti, ainda, existe em mim,
Porque amores vem,
amores se vão...
e, de nada eu esqueço,
De ninguém eu me desfaço,
Na alma e no coração.
Quem quer que tenha passado pela minha vida,
Nunca morre,
Mas, cada um tem a sua importância,
e o seu lugar especial,
E tu,
Tens um lugar que é todo teu,
E me dá o direito,
De quando em quando,
a saudade apertar,
eu em devaneios,
e em divagações,
me perder de mim mesmo',
E em pensamentos te encontrar...
e Talvez,
Um dia quando a luz de meu túnel se apagar,
e a vida em mim cessar,
talvez,
Tu, possas de mim,
alguma coisa lembrar
Talvez...
* = Lixo.