LINHAS TANTAS
Toda vez que escrevo
Busco uma palavra, uma inspiração,
Uma loucura que reinvente a sensação
De buscar um amor que não mereço.
Sou um ser pensante, pulsante, inconstante...
Buscando milímetros de mim em linhas tantas,
Porque eu já não entendo as lembranças
Que busquei em seu semblante.
Um milímetro de mim ainda é saudade.
Ainda me invade com força e angústia dolorida,
Ainda é a mesma vida
Medindo míseros espaços de dignidades.
Todo vez que escrevo
Parece que bebo com antecedência
Para invocar e evitar a indecência
De escrever com tão pobre acervo.
Escondo-me. Busco a palavra e não percebo
As nuances dessas palavras
Que me parecem amarras
Toda vez que eu escrevo.