Frisas d'espumas

diante de mim o destino

no peito o rumor da procela

os olhos inundados d’estrelas

a boca escorrendo versos

brisa de poesia

nas palhas dos coqueirais

nas areias molhadas de luar

nos versos que da boca escorrem

lá no horizonte escuro

afastado

há chamados de sereias

e não se sabe o que é pecado

asas entrelaçadas

casal de gaivotas perdidas

cada um sente o sal nas feridas

voando pelas frisas d'espumas

caindo aqui e acolá, nos penedos

perdidos em surdas brumas

esquecidos de quaisquer medos