Nas Masmorras do meu ser
Pergunto-me onde me perdi.
Será que foi quando tentei viver?
Ou quando desisti da vida
E me conformei com a existência?
Os anos passam, às vezes depressa
Às vezes lentamente como um rio
Que corre ao pé de uma montanha gelada
Que no inverno congela,
Mas no verão corre caudaloso e bravio.
Quando tenho tempo vou à praia e observo o mar.
Sempre o mesmo mar, mas nunca as mesmas águas.
Várias pessoas passam e já passaram por ele,
Assim como por minha vida.
Várias pessoas já morreram nele,
Afinal, a existência é uma eterna despedida.
Eu continho sendo o mesmo,
Não sendo o mesmo que queria ser.
Vivo acorrentado à saudade
Nas masmorras do meu próprio ser.
Sinto a cada dia a morte suspirar em minha nuca
E em sussurros me dizer: A vida é essa que você tem,
Boa ou ruim aproveite, enquanto te permito viver.