[A loucura da duração]

Quando enxerguei e apreendi, era tarde,

já era chegado o tempo partido,

e aquela duração revelou-se loucura.

Tempo esvaído contra todas as esperanças,

o meu ex-lugar de ser para onde eu não volto,

pois as portas bateram atrás de mim.

Tempo dos sustos das lembranças

tornadas em agudos espinhos de espreita,

cravados fundo na minha carne sequiosa.

Tempo que circuita e se recupera num átimo

quando a minha vista para num objeto que restou,

não sei se deixado com o propósito de ferir.

Tempo em que a duração de uma música

serve não como bálsamo, ou alívio,

mas para acender fogueiras na mente!

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[Ilhabela, 10 de junho de 2014]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 15/06/2014
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