Quem me dera!
Quem me dera poder voltar!*Elenite Araujo.
Voltar para mim mesma,
Para a inocência do início da vida.
Para aquele jardim de flores
Que ficou só em meu pensamento,
Naquele tempo tão longínquo
A anos luz de mim!
Quem dera houvesse um jeito,
De abrir uma janela no tempo
E entrar por ela,
Para rever a menina que fui
Os sonhos que acalentei...
Há dias em que envolta em pensamentos,
Revivo o que fui por um momento.
Olho para trás e vejo, refletido no espelho do tempo,
Meu rosto perdido e irrecuperável da juventude.
Em pensamentos apalpo cada traço dele
A ausência de rugas, a fartura de sonhos...
A ilusória eternidade tão presente em mim.
Agora o relógio do tempo acusa mais de meia noite...
É demasiado tarde para muita coisa
Algumas pessoas e coisas já se tornaram saudades latentes.
Muita vida já fi vivida e não se repetirá mais.
Há dias em que o céu está cinza,
Anunciando um tempo mau
As intempéries da vida não falham, afogam-nos
É preciso termos uma tábua de salvação.
Saber que há céus acima,
A possibilidade de amanhã,
Uma esperança na eternidade
No paraíso, perfeição, vida...