DOCE AMARGO
O marasmo é tão forte
Regado no solfejo
Dos abraços
Deixados como
Recados
Empoeirados
Parecerendo
Que o tempo
É uma cortina de fogo
Que afasta
Aqueles
Que nasceram
Pra serem
Os quaisquer
Que existam
Porque o mundo não gira
Cada subida
Pedra caída
Deverá ficar
Na fenda
Caverna que espreita
a vítima
dá vozes invertidas
porque lá em cima
o alto não é côncavo
nem plano
não há plano
nos jogos da superfície
as nuvens repousam
brancas
ar gélido
frescor de bálsamo
dançam tangos
nem se importam
com os anos
que atravessam
e cortam
como faca
desmonta
quem conta
uma história furtiva!