PROCELA
O vento era arrasador.
As folhas do canavial
cortavam tais navalhas.
Esmaeceram as dálias,
o céu toldou o manto,
aves crisparam o canto.
Caiu o cântaro da menina,
as roupas ficaram na tina.
O mundo virou moinho,
moeu o meu caminho
onde nunca mais pisei,
estancou a cachoeira
d’onde não mais saltei.
Àquela terra inóspita,
nunca mais retornei.