Ilusões
Eu velejo sobre sensações emotivas
Singrando intervalos para escapulir da dor,
Não dou guarida a sentimentos travestidos de doutor
E, assim, de galho em galho, vou desenhando a vida.
Eu navego no mar das aspirações nobres
E me afasto ressabiado de torvelinhos gigantes,
Sei que, se neles eu despencar, nada será como antes,
Pois, é difícil lutar contra vagas que descem e sobem.
O mergulho acontece em águas que são espelhos
Visto que minha ótica sabe dissipar-se dos escaravelhos
Que furtam do mundo a alquimia do coração...
Nadar? Só em terra firme arrisco braçadas
Porque há no oceano um exército de ilusões encantadas
Que trapaceiam o indivíduo partindo as cordas do violão!