Xeque - Mate

tento adormecer...

mas o teu cheiro ronda à minha volta

e corrompe-me quando eu não mais desejava sentir-te.

e me invades assim!

a sala dos meus pensamentos tantos...

e perpassas por entre todos os meus ópios necessários.

dirige-te até um tabuleiro de xadrex empoeirado...

e arruma-o!

e me convidas a jogar.

torpes os pensamentos meus - e eu.

derrubas as minhas pedras.

afrouxas as minhas pernas.

derrubas a minha rainha...

eu - cheia de mim!

e me ameaças num cheque... mate!

respiro.

arrumo a cinta liga que usurpa-me sempre a razão.

um trago no cigarro...

um trago no conhaque.

um beijo em tua boca imunda.

prendo-o... na minha retina.

inebriado e tolo - tu.

e desvia-te da tua atenção.

e és o bobo da côrte!

e a vagabunda torpe!

e derrubo-te eu!

num cheque... mate!

e nem arranjaste tempo para te aperceberes...

da minha cara idiota e pintada... que havia estática!

no ínfimo intervalo entre a tua pretensão... e eu.

Karla Mello

11 de Julho de 2014

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 11/06/2014
Reeditado em 29/04/2015
Código do texto: T4840434
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