ONDE O PUDOR SE ENFEITA

É ver você se trocar

Amando seu corpo

Em frente

A mim

Deixando se envolver

Derruba um armário

Pra enfeitar e colorir

O que nunca precisa

Que abusam

Desse mim

Quero ser esse todo

Que vai aos poucos

Causando furor

um filme de terror

entre um suspense

e outro

Onde o ator

Se vê como vítima

Amarrado numa cadeira

A beira da loucura

Do espectro que sai

Parece que vai

Assaltar

Roubá-la do envelope

Que usas e abusas

Confusa

por que estou sério?

Quer uma dose

deste veneno

Que me cai por dentro

Chora lágrimas

Tão brandas

Gotas suaves

Derramadas

Do que é prometida

E ainda tenho

Que ficar resoluto?