INSÔNIA
As horas passam, arrastam-se langorosas, numa incrível lentidão!
E eu procuro o sono em que me atire,
Mergulhe fundo, com aflita sofreguidão!
Enquanto o mormaço pela noite afora, pelo meu quarto a dentro,
Estende sua garra,
Eu ouço, em plena meia-noite, um canto de cigarra...
E o suor se aflora em mim como se fora um mudo pranto.
Na casa mergulhada em silêncio,
Eu, de silêncio envolta,
Procuro e tento e luto por achar
O sono que fugiu.
Pela janela aberta, meu olhar se perde
De encontro a um céu escuro. A noite dorme!
Tudo está tão quieto e tão soturno!
Por que será que só eu não durmo?!