Nosso limite

A morte deixa um silêncio, muitas perguntas.

É como um anjo que bate as asas

E não olha pra trás.

As pessoas se vão, é estranho,

De um dia para o outro.

Deixam um pouco de sí em suas coisas.

Tenho tanto de você em mim, pai.

As pessoas se vão e não está claro,

Está encoberto,

Se a missão foi cumprida. E isso é o mais dolorido:

Quando te verei denovo, ou só em minha memória?

Como você está?

As pessoas não respondem mais,

Eu acabei aqui, já que você estava em mim?

Me olho no espelho e não há reflexo

Só ondas de um mar profundo

E mergulho mais fundo em busca de algo:

Do que você plantou em mim.

O que fazer com o que sou,

Se me vejo pouco; só vejo você?

Sua partida trouxe lembranças,

Mas me perco: qual o limite entre eu e você?