A Rosa
Quando em quando a olhar a lua de madrugado fico
Tenho-me no peito um ar desses de arrependido
De não ter falo palavras meigas e nem bonitas
E nem de haver comparado-a uma rosa comigo.
Feliz de ter na vida uma rosa, de tê-la, de vê-la, de tocá-la...
Infeliz hoje de não ter cheirado-a como se devia eu sou.
Pois bem, feliz eu era quando a tinha comigo.
Hoje já não sei o que vivo ou o que sou.
Se Deus não fosse surdo aos meus gemidos,
Eu lhe pediria outra rosa,
Pois que a mesma, já não me dá ouvidos.
As noites passam, mas já nem parecem passar;
Outras hão de vir, e outras, e mais outras... Será?
É irônico viver de imaginar.