feitiço

as letras colhidas

na névoa das manhãs

claras;

colocou-as numa bacia de

prata, uma mistura

de água e cachaça .

ferveu-a na lenha

colhida na mesma

manhã de outras horas,

derramou-a depois

na boca dos meninos

que desde então,

não escrevia nada;

puseram todos sentados

de caneta na mão,

e tudo se escrevia,

de pedra, estrada, a pão;

e foi assim que nasceu

que nasceu,

que veio á luz

a mistura festejada

bem amarrada

de palavra e metáforas

que ninguém sabia explicar

muito tempo depois

soube-se,

poesia bem decantada

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 09/06/2014
Reeditado em 09/06/2014
Código do texto: T4838353
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