Hábeas Corpus para a magia

Habeas Corpus para a maxia (versão galega)

Luciana Carrero

Os medios de comunicación realista ou non tanto

conducida por idiotas

nunha tarde fría do mundo

- A tola Espanca o poeta -

para arrincar a confesión

preferentemente sen rima

e sen nada que a lúa

sen métrica na madrugada

é bolo de po cósmica

para orgullo da ciencia fática

O corrector de Windows

sempre á espreita

notable de suspeição

regula a gramática

e goberna con liña dura

plantando grifos vermellos

ortográfico verde-amarela

que non sabemos utilizar

no hemisferio occidental

sen o portugués orixinal

da nai lingua portugal

A lei regula o vernáculo

xa que ao tupiniquim apático

non é dereito a reinventar

a lingua que é brasileira

onde o tupi foi asasinada

e o latín descualificado

por decisión gobernamental

do ministerio educativo

E todo morre carente

e todo carece de fonte

confianza no decadente

país de cultura banal

Xa o desusado galego

tamén marxinado

se presta tanto ao poema

como un berro ornamental

do escenario dos desamados

Sumiu o consagrado editor

e aparecen os picaretas

de ebook 's a granel

ao secular publicar

catarses de ben e mal

Así anda a humanidade

da literatura nefanda

en xis e enes tons de gris

Xa nada se cociña genuino

Todo lle importa do chino

E se é creado é marihuana

plantinha criminalizada

drogas de soño dourado

Pero o drogado marxinal

anda vagando nas rúas

pantalón de fundilhos caídos

e moletom con capuz

entre ladróns e esmoleiros

onde a poesía non entra

e todo cheira á cola e puxen

Sen lúa de alma prateada

e sen marijuana, prohibida

o poeta segue tresloucado

a sina dos desgraciados

distópicos despatriados

dentro ata da patria amada

onde o sálvese quen poida

é o salva-garde do himno

hasteando o lábaro estrelado

no pau da forca da blogosfera

mortalha do poeta non carimbo

polo algoz da aldea global

A maxia non ten lugar ao sol!

Leia a versão original, em portugues, a seguir:

#Hábeas Corpus para a Magia

#Luciana Carrero

A mídia realista ou nem tanto

conduzida por idiotas

numa tarde fria do mundo

- a louca espanca o poeta -

para arrancar a confissão

de preferência sem rima

e sem nada de que a lua

sem métrica na madrugada

é bolo de poeira cósmica

para orgulho da ciência fática

O corretor do Windows

sempre à espreita

notável de suspeição

regula a gramática

e governa com linha dura

plantando grifos vermelhos

na escrita verde-amarela

que não sabemos usar

no hemisfério ocidental

sem o português original

da mãe língua portugal

A lei regula o vernáculo

já que ao tupiniquim apático

não é direito o reinventar

a língua que é brasileira

onde a tupi foi assassinada

e o latim desqualificado

por decisão governamental

do ministério educacional

E tudo morre carente

e tudo carece de fonte

confiável no decadente

país de cultura banal

Já o desusado galego

também marginalizado

se presta tanto ao poema

como um grito ornamental

do cenário dos desamados

Sumiu o consagrado editor

e aparecem os picaretas

de ebook’s a granel

para o leigo publicar

catarses de bem e mal

Assim anda a humanidade

da literatura nefanda

em xis e enes tons de cinza

Já nada se cozinha genuino

Tudo se importa do chino

E se for criado é maconha

plantinha criminalizada

droga de sonho dourada

Mas o drogado marginal

anda vagando nas ruas

calça de fundilhos caídos

e moletom com capuz

entre ladrões e mendigos

onde a poesia não entra

e tudo cheira à cola e pus

Sem lua de alma prateada

e sem marijuana, proibida

o poeta segue tresloucado

a sina dos desgraçados

distópicos despatriados

dentro até da pátria amada

onde o salve-se quem puder

é o salve-salve do hino

hasteando o lábaro estrelado

no pau da forca da blogosfera

mortalha do poeta não carimbado

pelo algoz da aldeia global

A magia não tem lugar ao sol!