EU INDIVÍDUO

Minha botas

Curtidas de sol

Poeira que pinta

Traz as ruas coladas

Na temperatura

Das aventuras

De quem fica

Na sombra que deixo

luz de fenda

A vida me ensinou

Quem eu sou

Então entenda

Esta roupa que uso

É o acaso

Que não te deixa

A vontade

Quando passo

Me torno vulto

É um culto

Presente de oferenda

A vida me ensinou

Quem eu sou

Então entenda

Se meu cabelo traduz

Um rosto mais velho

De quem os pregos

Erguem na cruz

São pois somente

Braços abertos

Que pedem o resto

Que você insiste

Em dar a quem

Não quer você mesma

A vida me ensinou

Quem eu sou

Então entenda!